quinta-feira, 30 de outubro de 2008

.Livre constatação.

Após comprar seu caderno de número 93,
Elena se descobriu plágio.
Imitava ações dos que admirava e se achava única em suas escolhas.

Tolas.

Repetia opiniões, defendia teses.
Nos cadernos nenhum registro.

Descobriu que amava as páginas em branco
e o branco das páginas,
que contavam estórias de solidão em tamanho A4.

segunda-feira, 17 de março de 2008

.O Dono da Banca.

Toma-te hortelã.
Tomate e hortelã!
Tomate e hortelã!
Sejam breves,
Sejam rústicos.
Sem filosofias vãs.
Tomate e hortelã!
Tomate e hortelã!
Restaurante árabe, italiano,
não perca um único freguês.
Lá vai o francês.
Enquanto Tião só olhava a moça
bonita que não paga,
Troisgros atravessou o CEASA,
e comprou com a Marinalva.
Sejam breves,
sejam rústicos.
Repitam sempre todas as manhãs.
Entre sílabas e salada:
toma-te hortelã!
Tomate e hortelã.


Desafio poético - publicado no Plástico Bolha, nº20 Abril/2008.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

.Vinte e dois tempos dela.



Campeã mundial da arte de dar gelinho.
Aluna atenta de Direito, ainda que o Direito que venda, não seja o mesmo Direito que compre.
Crítica da mediocracia e do fim de Los Hermanos. Questionadora e explicadinha tem medo do niilismo e de espíritos que possam aparecer antes de se apresentarem como tais. Provavelmente escuta Sinatra, Buarque, Strokes e Noel de uma vez só. Mandou-lhe um beijo, também, e se desculpou por não poder vir porque teve festa de família na cidade da avó.





***Enfim, só tentando retomar aqui.